Histórias de vida e identidade profissional

sexta-feira, 19 de julho de 2013

UIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DOCENCIA DO ENSINO SUPERIOR
PROFESSORA: CRISTINA D`AVILA
DISCENTE: ALANE CARVALHO SANTOS

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Após as exposições dialogadas que vem ocorrendo em nossos encontros resolvi sintetizar minha trajetória profissional  tomando como referência o ciclo de vida da profissão docente desenvolvido por Dubar (1991 apud D´AVILA, 1997) que consiste nas etapas que serão expostas a partir de então.
Socialização pré-profissional: Venho de uma família de professoras por isso desde cedo minha relação com o conhecimento não ficava restrita ao ambiente formal da escola. Aprender (e não decorar meramente) era algo que permeava meu cotidiano. Na escola percebia que alguns professores chegavam já cansados e enfadados, suas aulas ficavam muito limitadas à cópias no quadro ou a leituras coletivas, estas quase sempre carentes de reflexão ou explicação plausível. Lembro-me apenas de uma professora que fazia a diferença, Prof. Norma, professora de historia ou melhor de histórias.... com ela tudo ficava realmente mais interessante.
Socialização profissional:Alguns anos depois minha afinidade pela disciplina aumenta e Em 1995 sou aprovada no vestibular para Licenciatura em História. A escolha pelo curso foi revelada pela empatia com a disciplina e pelo temor de não administrar um possível fracasso de não ser aprovada em Economia. Após a aprovação, assumo a carapuça de bacharelado, me debruço em conhecer, refletir, descubro um mundo novo, cheio de possibilidades e de verdades. Percebo que começo a “sair da caverna” como afirmaria Platão. As disciplinas concernentes as praticas educativas contudo, eram classificadas como secundarias dentro do meu curso de formação. O conteúdo academicista e a sua própria complexidade era o objeto do meu desejo. O curioso é que não me via em sala de aula, apenas queria desfrutar dessa época de forma intensa e plena. Seminários, avaliações, congressos, mesas-redondas, palestras e tantas outras. O estágio supervisionado ocupou apenas o oitavo semestre e foi alvo de muitos conflitos.
Inserção no meio profissional (entrada): Ao concluir a graduação em julho de 1999, resolvo no mesmo mês fazer uma seleção para um curso de especialização em teoria da historia  e sou aprovada. Cinco meses depois faço a seleção de mestrado e o concurso do Estado para professor de história em Salvador. Sou aprovada nas duas seleções e o ano de 2000 me revelava grandes surpresas. Pela manhã aulas no mestrado à noite aulas no bairro do Uruguai. Momento de conflito revelado, sobretudo pela ausência de um dialogo amistoso entre os saberes das disciplinas, os saberes curriculares e a pratica docente. Momento de frustação por não conseguir fazer com que todos os alunos enxergassem o conhecimento de outra forma. Apesar de tudo algumas sementes foram plantadas.

Estabilidade Profissional– Alguns anos depois vou trabalhar no colégio 2 de julho na Fazenda Grande do Retiro, algumas inexperiências já tinham sido superadas parcialmente. Adoto uma pratica docente mais dialogada, contextualizada e até mesmo afetiva. Percebo que não é só conteúdo, mas também não é só didática. É uma integração dialógica entre diferentes saberes que desemboca na abertura de novos olhares, novas possibilidades. Dentro desse contexto, desenvolvo alguns projetos como “Resgatando a História do Bairro da Fazenda Grande” e algumas Feiras Interdisciplinares.  Passo a trabalhar também em uma Instituição privada de ensino superior e novos desafios passam a aparecer. Essa é uma outra história!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário