Histórias de vida e identidade profissional

Produções



A Árvore dos saberes abaixo foi construída por Vanilza





Cris e demais colegas,



Socializamos com vocês as nossas reflexões acerca do texto “A MEDIAÇÃO DIDÁTICA NA HISTÓRIA DAS PEDAGOGIAS BRASILEIRAS”  escrito por Cristina D’Avila, fazendo uma relação com o filme “ENTRE OS MUROS DA ESCOLA”

Desejamos um bom final de semana para vocês.
Um abraço,

Rai e Dídima


O filme ENTRE OS MUROS DA ESCOLA” apesar de ter sido produzido e baseado na realidade francesa, vai além dela e pode ser visto e analisado por educadores de outros países. Ele também traz a tona o relacionamento interpessoal que ocorre entre os diversos seguimentos da comunidade escolar: alunos, direção, professores, pessoal de apoio.
A referida obra nos faz refletir que a escola está sendo influenciada pelos fenômenos como a globalização e o neoliberalismo, provocando uma nova reorganização do trabalho e também da mediação didática. Lembremos que a partir destas mudanças se acentuam e se ampliam outras formas de exclusão  social e cultural, pois o mundo globalizado traz novas regras econômicas de grande impacto social, e isso reflete também sobre a educação e especificamente sobre a reorganização do trabalho pedagógico, provocando mudanças que levam a construção de novas categorias de práticas pedagógicas.
Nessa perspectiva, fazer um relação entre o texto A MEDIAÇÃO DIDÁTICA NA HISTÓRIA DAS PEDAGOGIAS BRASILEIRAS escrito por Cristina D’Avila e o filme ENTRE OS MUROS DA ESCOLA” requer, ao  nosso ver, a construção de terceiro texto, considerando-se a reflexão que  autora faz sobre tais   tendências, bem como, os elementos apresentados pela mesma; visto que se constitui um verdadeiro tratado da educação ou seja é o mapa do processo educativo. O filme por sua vez transita na pedagogia tradicional, embora durante a aula o professor  transforme os questionamentos da turma  em aprendizado, através do diálogo, utilizando a pedagogia da pergunta que se opõe a uma tendência tradicional de educação .Lembramos que D’Ávila assevera:É preciso romper com o ensino verbalístico da pedagogia tradicional sem, entretanto, romper com a cultura”. O que vemos no professor apresentado pelo filme é exatamente esse verbalismo e  um certo autoritarismo nas posturas; embora a turma sinalizasse a necessidade de limites. Ele alterna entre a tendência pedagógica tradicional, não com uma medição jesuítica e a pedagogia progressivista. As discussões na sala de aula comprometeram as relações afetivas e em nenhum momento observamos uma postura lúdica.

            Voltamos para o texto sobre mediação didática e nos referidos ao conceito apresentado pela autora: “Mediação é colocar-se no meio, ser intermediário”. D`ávila  mesma se refere à escola enquanto instancia social e a prática pedagógica como uma modalidade social. Nesse momento convém lembrarmos que o professor até se colocou como mediador e observou os princípios rogerianos da pedagogia humanista, contudo a escola com suas normas rígidas não permitiam que a prática pedagógica fosse uma prática transformadora. Com base nas decisões tomadas pelo Conselho disciplinar questionamos: Seria a cultura organizacional da escola responsável por impedir os professores de assumirem uma prática pedagógica mediadora?  Considerando a realidade do filme ratificamos a necessidade de uma mediação didática que possibilite uma postura crítica e de natureza política daqueles (as) alunos (as), tendo em vista as diversidades étnicas, preconceitos, visto que se tratava de estudantes de uma região da periferia daquela cidade, que se assemelham a realidade das escolas brasileiras. E aí questionamos: Será que as nossas atitudes, enquanto docentes, possibilitam mediações didáticas que permitem as classes populares construírem saberes e ou conhecimentos que os transformem e os libertem?




REFLEXÕES ACERCA DO TEXTO INTITULADO “A MEDIAÇÃO DIDÁTICA NA HISTÓRIA DAS PEDAGOGIAS BRASILEIRAS”, DE CRISTINA D’ÁVILA


            O texto “A MEDIAÇÃO DIDÁTICA NA HISTÓRIA DAS PEDAGOGIAS BRASILEIRAS”, se constitui um presente para nós educadores, pois nos faz refletir acerca do tipo de mediação didática presentes nas pedagogias: jesuítica, da escola nova, tecnicista, freireana, histórico-crítica e construtivista.  A partir das informações contidas no referido texto, faço-me o seguinte questionamento: em qual pedagogia se embasa a minha prática pedagógica? E respondo com a poema de Carlos Drummond de Andrade, que transcrevi abaixo:


Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.


Um abraço para vocês.

Rai

Árvore dos sete saberes, por Osni Oliveira




Olá Grupo,

Compartilho como vocês a minha árvore e o meu conceito de saberes.
Abraços,

Dídima

ÁRVORE DOS SABERES





CRITICIDADE

CRIATIVIDADE

PARTICIPAÇÃO
SABER (EPISTEME)
ATIVIDADE DISCURSIVA
CONTINUIDADE NA FORMAÇÃO
COMUNHÃO ENTRE O PROFESSOR E O ALUNO
CONSEQÜÊNCIA DE UMA ATIVIDADE INTELECTUAL
REVISÃO CONSTANTE DOS SIGNIFICADOS  SOCIAIS DA PROFISSÃO
É UM TER POR VERDADEIRO SUFICIENTE, TANTO SUBJETIVO COMO OBJETIVAMENTE
REAFIRMAÇÃODAS PRÁTICAS CONSAGRADAS CULTURALMENTE E QUE PERMANECEM SIGNIFICATIVAS.
PLATÃO
FREIRE
KANT
GHAUTIER
PIMENTA


O saber do professor pode ser racional sem ser um saber científico, pode ser um saber prático que está ligado à ação que o professor produz; acreditamos ser o saber da experiência, um saber que não é o da ciência, mas que não deixa de ser legítimo. Assim, o saber é considerado como resultado duma produção social, sujeito a revisões e reavaliações, mas de alguém que é capaz de reconstruí-lo e mobilizá-lo quando se faz necessário.                        
A formação contínua e em serviço parece-nos uma saída, ou, no mínimo, uma estratégia importante para a renovação das práticas pedagógicas e um ensino de melhor qualidade. Entre pares e em serviço, os professores devem discutir metodologias, maneiras diferentes, ressignificar os seus saberes, a sua atuação, pois o ensino não é só um ato comunicativo, mas é, sim, um ato intencional, um ato transformador, que deve estar comprometido com a criação. E para criar, o professor precisa ter novos saberes em diferentes aspectos, diferentes espaços, entender sobre a ética, sobre a estética, sobre a abordagem artística da qual o seu trabalho deve estar embasado.
                                            Dídima Andrade - Dissertação de Mestrado



Cris e grupo,



No site http://www3.mackenzie.br/editora/index.php/remef/article/viewFile/1350/1056 tem um texto de autoria de Zenaide Galvão, intitulado “EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: A PRÁTICA DO BOM PROFESSOR. O referido texto (abaixo transcrito) traz uma definição de saberes retirada  da tese de doutorado intitulada “ O professor como sujeito do fazer docente: a prática pedagógica nas  quintas sėries”, de M. H. G. F. Dias-da-Silva, defendida na Universidade de São Paulo, em 1992, que considero interessante, pois versa acerca de três tipos de saberesdocentes, sócio-políticos e afetivos.



SABERES DOCENTES



1 Conhece seus alunos e adapta o ensino às suas necessidades, incorporando a experiência do aluno ao conteúdo e incentivando sua participação
2   Reflete e pensa sobre sua prática
3.  Domina conteúdo e metodologia para ensiná-lo
4.  Aproveita o tempo útil, tem poucas faltas e interrupções
5.  Aceita responsabilidade sobre as exigências dos alunos e seu trabalho
6.  Usa eficientemente o material didático, dedicando mais tempo às práticas que enriquecem o conteúdo
7.  Fornece feedback constante e apropriado
8.  Fundamenta o conteúdo na unidade teórica-prática
9.  Comunica aos alunos o que espera deles e por que (tem objetivo claro)
10. Ensina estratégias metacognitivas aos alunos e as exercita
11. Estabelece objetivos cognitivos tanto de alto quanto de baixo nível
12. Integra seu ensino com outras áreas


SABERES SÓCIO-POLÍTICOS

1. Conhece a experiência social concreta dos alunos
2. Possui visão crítica da escola e de seus determinantes sociais
3. Possui visão crítica dos conteúdos escolares

SABERES AFETIVOS

1. Demonstra interesse, entusiasmo, vibração, motivação e/ou satisfação com o ensino e seu trabalho, valorizando seu papel
2. Desenvolve laço afetivo forte com os alunos
3. Mantém clima agradável, respeitoso e amigo com os alunos – “atmosfera prazerosa”
4. É afetivamente maduro (não, “bonzinho”)

Um abraço e bom domingo para vocês.

Rai





ÁRVORE DOS SABERES PEDAGÓGICOS


RISCO
PESQUISA
CRITICIDADE
ÉTICA E ESTÉTICA
ACEITAÇÃO DO NOVO
RIGOROSIDADE METÓDICA
RESPEITO AOS SABERES DOS EDUCANDOS
REJEIÇÃO A QUALQUER FORMA DE DISCIMINAÇÃO
CORPOREIFICAÇÃO DAS PALAVRAS PELO EXEMPLO
RECONHECIMENTO E ASSUNÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL
CRIAR POSSIBILIDADES PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
PAULO FREIRE
PAULO FREIRE
PAULO FREIRE
PAULO FREIRE
PAULO FREIRE

A Árvore acima, construída por mim, tem como base o pensamento de Paulo Freire, contido em seu livro “PEDAGOGIA DA AUTONOMIA”. O troco da Árvore traz o nome do autor.

Um abraço e bom final de semana para vocês.
Rai